Exemplo de como age um sindicato dentro da USP

Por Reinaldo Azevedo

reinaldoComo vocês sabem, a Associação de Docentes da USP (Adusp) e o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) querem parar a universidade por conta de uma suposta agressão à autonomia universitária, que teria sido praticada pelo governo do Estado. Já escrevi a respeito. Os reitores começaram com essa bobagem e agora vão ter de tentar devolver os monstrengos para a caixa de Pandora. Resolveram ser o Kerenski dos leninistas das universidades. Agora vão ter de se virar.

O leitor Luís Guilherme Fernandes Pereira me manda um vídeo, que está no YouTube, feito por alunos da Politécnica da USP, em que ficam claros os métodos empregados pelo tal Sintusp para defender as suas, digamos assim, idéias. Trata-se de uma mobilização de 2005. Vocês precisam ver. Os rapazes não são cineastas, mas foram muito eficientes em reportar um estado de coisas. Eu não sabia. O Sintusp tem um caminhão, feito um trio elétrico, que percorre o campus promovendo gritaria, impedindo quem quer estudar de… estudar.

Estudar na universidade? Onde já se viu? Universidade existe para os aloprados do PT e do PSTU reivindicarem melhores condições de trabalho para que possam ficar em greve, certo? A moçada da engenharia, acostumada a lidar com algumas categorias cartesianas, racionais, não entende esse primado essencial da dialética, que costuma ser muito exercitado nos cursos de história, letras, filosofia e sociologia. Reacionários, eles acham que dois mais dois são quatro. São mesmo uns atrasados…

Chamando os estudantes que não querem aderir à greve de “fascistas”, os democratas do Sintusp fazem ameaças, dão empurrões, partem para o tapa. Vejam tudo até o fim. Ah, claro: o caminhão se chama “Caribão”. Desconheço por quê. O que me ocorre de mais próximo é que pode ser uma homenagem a Cuba. Aquela ilha, dividida em dois presídios (a americana, para terroristas; e a de Fidel, para homens de bem), fica no Caribe. A homenagem, evidentemente, é à parte a ilha que prende homens de bem…

Eis aí os “companheiros trabalhadores” que querem fazer uma universidade melhor. No momento, são aliados dos reitores. Parabéns, Magníficos!

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